sábado, 24 de agosto de 2013

Mad Man



Falta-me pouco até o fim da segunda temporada de Mad Man. Tenho a impressão que muitos publicitários sabem da existência deste seriado, ou já viram alguns episódios, ou já viram as cinco temporadas. A mim, a série já tinha sido recomendada diversas vezes e tenho trabalhado cada vez menos na publicidade.
Confesso que acabei criando muita expectativa, mas não vou desmerecer a parada por isso. Afinal, foram vinte episódios que vi num período de mais ou menos quinze dias. Não dá pra dizer que Donald Draper é resistível. Mas acho que, enquanto mulher, foram os personagens de Joan, Peggy e Betty que realmente me fisgaram.
Porque a narrativa se passa nos anos 60 e mostra o dilema cultural e emocional que a mulher sofreu durante um momento catalítico da história da sociedade ocidental. Métodos contraceptivos, faculdade e mercado de trabalho eram adventos que se misturavam com os fundamentos tradicionais de, por exemplo, conseguir, o quanto antes, um bom casamento e um marido provedor para dedicar a vida à família e ao lar.
Dentre os personagens de maior destaque nas duas primeiras temporadas, existem figuras de três gerações ali: os vinte e poucos anos, os vinte e tantos/trinta e poucos anos, os quarenta e tantos/ cinquenta e poucos anos. Estas gerações colidem e se complementam com a mesma frequência em relação aos assuntos materiais ou subjetivos. Mas, de modo geral, o mundo é dos homens e praticamente todos os americanos fumam, a qualquer hora e em qualquer lugar. O primeiro capítulo chama-se “It´s toasted”, em referência ao slogan do Lucky Strike.
Sobre o protagonista, vamos dizer apenas que não houve a menor pista de que ele era um cara casado até os últimos minutos do episódio de número 1. No entanto, a primeira ficha da esposa só cai no episódio de número 8 da segunda temporada, cof.

Quem nunca!

sábado, 1 de dezembro de 2012

O dia em que mandei tomar no cu e ir pra puta que pariu


Segundo aquariano do currículo. As tais das previsões astrológicas são uma grande furada. Aquário mais aquário era pra ser uma coisa massa, teoricamente seriam melhores-amigos-amantes. Verdade que o cara até mandava bem na pegação, mas também não era uma coisa de outro mundo. Mas quando a gente está em terra estrangeira, aquela velha carência vira uma tosse intermitente e, assim, intolerável. Eu estava doida pra achar logo um p.a.
A história começou já do avesso. Eu estava com outro cara quando o conheci. Não pegando porque não queria mais, especialmente depois de sacar que o quarentão queria me embebedar pra me comer. Veja bem. Quando eu sou fácil, sou boa. Quando eu sou difícil, sou ótima. Cachaça geralmente invoca as pombas-giras, mas naquele dia eu tinha um caboclo por perto.
Peguei o aquariano, que era um conhecido do quarentão. Acabei trazendo o bofe pra casa por uma razão que será revelada em momento oportuno. Quebrei a cama - já meio caída - na interação e dormi na casa dele no dia seguinte. Só que no outro dia não havia álcool.
O problema não é o bicho morar com os pais. É fazê-lo sem colocar um saco de arroz dentro da casa. Formado em letras e escrevendo ranço com s. Falando dos vários livros que ele teve, mas vendeu. Talvez não precisasse vendê-los se, aos 28 anos, considerasse que arranjar um emprego fosse uma boa ideia. Pseudo escritor, diretor e, oh lord, produtor.
Eu queria um serviço periódico, todavia. Não costumo ter obsessões porque não tenho concentração suficiente pra isso. Mas eu estava perseguindo um pinto amigo pois achava que poderia me ajudar num certo “exorcismo”. Combinei um teatro com o cara, mesmo depois que ele mandou a seguinte:
- Você não tem jeito de quem seja fiel.
Estamos namorando, Brasil? Fidelidade depende de algum gene que se expressa no rosto da gente? Eu te conheço, criatura?
Mandou outra pérola:
- Desde que nos conhecemos, ficamos apenas 10 horas separados...
Com essas duas cagadas, eu já devia ter me convencido de que estava diante de um ciumento do tipo neurótico e inseguro. A placa RUN FORREST RUN estava piscando, mas eu botei na conta da miopia.
Pero, me atrasei pro tal do teatro e foi quando eu tive a oportunidade de ler em braile a essência do cafajeste. O bicho deu um chilique porque quando me ligou eu estava longe do telefone: por um tempo de, no máximo, 7 minutos – o quanto dura um cigarro. Um chilique daqueles que provocaria “vergonha alheia” em mulher doutorada em barraco. Ou era TPM ou era psicose, imaginei.
Depois de um mês evitando a criança, eu topei sair pra comer alguma coisa e tomar uma breja de leve no bairro onde moramos. Entre um pedaço de alcatra e um gole de cerveja, apareceu um conhaque. Por que não dar uma esticadinha num bar do centro onde deve estar tocando cumbia?
No centro, o conhaque entrelinhas virou 3 ou 4 doses de um licor indecente de jabuticaba. Uma conhecida dele, voltando do banheiro, pára na mesa e diz que eu sou linda e que meu sotaque é uma delícia. Achei a guria divertida e emendei um papo com ela. Ele começou a fazer tromba e quando ela levantou pra buscar uma “cerveja de verdade”, o adolescente solta o pum:
- Você pega mulher?
Eu não teria uma foto pra mostrar a cara do indivíduo, mas garanto a vocês que não havia otimismo na pergunta. Havia, porém, muito ciúmes e algum desespero. De modo que só me restou levar na esportiva e, pra me divertir um pouco, continuar a conversar com a moça. Então, ele levantou e foi beber sozinho no balcão. Meia hora depois, veio avisar que ia embora e aí eu disse que, obviamente, iria junto. Nem sabia direito onde eu tava na city. Na hora de pagar a conta, ele tinha menos de 20 pilas e eu saldei o preju. Aí ele comenta que estava muito bêbado pra dirigir e eu peço a direção. Ele me passa a contragosto, mas já estava esbravejando na saída. Menos de um minuto de corrida, ele já estava berrando e puxou o freio de mão. Nessa hora, eu vi 3 táxi parados e falei que não voltaria com ele.
Vocês acham que ele veio atrás pra me impedir e se ajoelhou ao chão pedindo desculpa por ser um moleque babaca? Não, ele arrancou.
Quando eu já estava no táxi, ele começa a mandar mensagem e ligar no meu celular. Não atendi, mas redigi o texto abaixo pra ele:
“Vai tomar no cu. Você é um moleque e não quero mais saber de ti. Vá pra puta que lhe pariu. Apague meus contatos. Me esqueça.”
No dia seguinte, ele já havia me deletado do facebook. Fez um favor pra mim, bebê. Não me venha com androgenia. Eu não sou lésbica: gosto de homem PRA CARALHO.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Não aceitamos strip-tease!



Quem nunca teve um cafajeste mea-culpa? O cafajeste da vez é colega de faculdade, daqueles estilos rockerzinhos, tatuado, na casa dos 30, calado, que dá a entender que a iniciativa é sempre sua, minha ou nossa. Resumindo: o tipo que se exime fácil da culpa. Nunca falei dele antes porque é preciso tempo para digerir. Para mastigar bem e ver o que se pode tirar disso. Nenhuma lição de moral é claro. Afinal, também tenho o meu tom cafageste.
A coisa já começou errado. Ficou com uma amiga minha, ela curtiu, mas não rolou a tal da química. Ainda assim, o bofe era bom. Tempos depois (3 meses), manifestou interesse por mim. Perguntinhas e tal. Coisa de covarde que precisa de uma ponte para chegar onde quer. Relembrando: a culpa nunca é dele. Liberais que somos, minha amiga e eu, passou os contatos e tal. Descobri que fazíamos o mesmo curso. Que já haviamos feito algumas disciplinas juntos. Nunca notei ou tomei consciência da figura.
Papo para lá e para cá, tive que chamar para um cinema na minha casa. Mea culpa! Claro que rolou. E rolou química, o encaixe, o tesão. O beijo era bom, ele também. E goodi sabe da minha perdição por rockers tatuados e problemáticos, com uma dose de carência. Ou que dão a entender isso.  Me contou que tinha acabado um relacionamento de 7 anos (não me contou que a culpa foi dele). E ainda morava perto da minha casa! Perdição!
Achei que se não tivesse encontrado um possível futuro ex-namorado, ao menos daria um bom PA, amigo colorido, chamem do que quiserem... Mas, é preciso cautela. Enrolamos cinco meses. Ele tinha (tem) um cachorro que sentia a minha falta, sempre chocolate e cerveja na geladeira, o sexo era bom e o cafajeste fez um strep-tease para mim. Golpe dos mais baixos!
Ok! Eu estava caída, apaixonada. Fui levando, mas nessa altura do campeonato, não tinha mais o que fazer. Mandei a real. Desviou. Aquela coisa de nem roer, nem largar o osso. Fiquei mais umas duas semanas nessa. Fui deixando de atender ligações, de responder no msn e tal. Mas ele sabe roer. Mais uma ou duas idas para a cama, chocolates, mordidinhas. Datas marcadas. Toda quarta-feira ele me ligava, oferecia carona. Passei a ser a amiga lanchinho das quartas a noite.
Mas afinal, aqui é uma cidade pequena ou o circulo de amizade é parecido. Descubro que ele está namorando a uns dois meses. COMO ASSIM? Puta que pariu, nunca fui de fazer exigências (deve ter sido esse o meu erro), mas um pouco de respeito e honestidade vai bem em qualquer relacionamento ainda mais quando uma das partes está declaradamente envolvida (seja na amizade, sexo ou qualquer outro tipo de enrosco).
Resultado: não vale a pena perder tempo com o passado mal compensado. It’s over que o meu sangue não é de barata. Honestidade é legal, já disse acima, mas ainda carrego comigo parte da culpa afinal, PA é PA e em nenhum plano-seqüencia-mental deve passar disso. O resto é bobagem ou tesão e nisso deve ficar.